De que maneira metas inalcançáveis podem prejudicar o desempenho da empresa?
Existe uma linha tênue entre metas desafiadoras e metas inalcançáveis. O gestor que estabelece objetivos que tem pouca ou nenhuma chance de ser atingidos dá um tiro no pé. A equipe logo percebe as más intenções se for o caso. E mesmo que o propósito seja estimular o time a se superar, o efeito é o oposto. O inalcançável desestimula desde o momento da largada. Não é que as pessoas não trabalharão para alcançar a meta mas colocarão apenas um esforço mediano pois já sabem que não serão bem sucedidos. E isso cria uma retroalimentação negativa para esse objetivo específico. Esforços positivos serão dedicados a outros interesses mais viáveis. Que muitas vezes podem não ser os resultados mais cruciais para o sucesso da organização.
A meta desafiadora, por outro lado, estimula a criatividade e o engajamento. Sentindo-nos desafiados nos debruçamos sobre o problema, pesquisamos, estudamos, fazemos benchmark, testamos soluções. Mantemos o foco. Buscamos meios e recursos para realizá-la. E após celebrar a conquista e compartilhar o aprendizado, seguimos em frente, revigorados e animados para os desafios seguintes, maiores e mais complexos. De novo o processo se retroalimenta, mas desta vez de forma muita positiva.
Como a metodologia SMART apoia a definição de metas e o alto desempenho?
A metodologia SMART diz que uma meta bem definida deve ser: específica, mensurável, realizável, relevante e ter prazo para entrega.
Vamos ver como isso funciona desenvolvendo um exemplo prático para a área de Expansão e Novos Negócios de uma empresa de comércio varejista:
Versão 1: “Abrir três novas lojas”
Pode até parecer um bom objetivo e imagino que muitas empresas gerenciem seus negócios desta maneira. Obviamente, esse texto é bastante vago: não define o tipo de loja, a localidade ou quando estas lojas devem estar abertas.
Versão 2: “Abrir três novas lojas no Rio de Janeiro em 2017”
É um pouco mais claro mas ainda não trata do que é o mais relevante para a empresa. Da maneira que está redigido, corre-se o risco de recompensar apenas o esforço. Não há um comprometimento com o desempenho das novas lojas.
Versão 3: “Inaugurar três novas lojas modelo NewStore com ROI projetado de 12%, no Rio de Janeiro, nos bairros onde o concorrente A está se expandindo, até setembro de 2017.”
Não apenas a redação do objetivo segue a metodologia SMART como também tem o poder de dar um direcionamento claro sobre os resultados desejados pela empresa. O objetivo é deter o avanço do concorrente mas não a qualquer preço, de forma rentável. Também é claro que para isso serão abertas lojas que seguem o modelo mais moderno da empresa que certamente estão mais alinhadas com as aspirações dos clientes das localidades escolhidas. E, por último, estimula o engajamento de vários setores da empresa. Afinal de contas, o objetivo exige a escolha de bons pontos, avaliações de projeção de vendas e retorno do investimento, a obra dentro de um prazo agressivo (para que comecem a faturar logo), a contratação e o treinamento da equipe, a compra de estoques e o marketing dos novos pontos. E, finalmente, quando abertas, as lojas terão que vender bem!
Que tal dar uma nova olhada nos seus objetivos pessoais e profissionais? Será que eles são SMART?
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