domingo, 24 de março de 2013

A hora e a vez dos tablets Windows 8

Durante a entrevista coletiva oferecida pelos organizadores da COMPUTEX, para anunciar as novidades do evento deste ano, ocorreram atividades paralelas, como visitas às indústrias do setor de TI e apresentações sobre temas atuais. Uma delas discutiu o impacto exercido no mercado de tablets pelos dispositivos equipados com Windows 8 que, segundo se espera e conforme anúncio de alguns fabricantes, deverão aparecer em grande número na feira que ser realizará de 4 a 9 de junho próximo, na cidade de Taipei, Taiwan, na China.

Windows 8 pode ganhar update no ano que vem (Foto: Divulgação) (Foto: Windows 8 pode ganhar update no ano que vem (Foto: Divulgação))Seria o Windows 8 mais um sistema operacional para disputar o mercado de tablets? (Foto: Reprodução)

Há alguns anos este segmento de mercado era amplamente dominado pelo iPad da Apple e seu sistema operacional iOS. Depois, surgiu uma grande diversidade de tablets equipados com Android, lançados por diferentes fabricantes e com preços variando em uma larga faixa, alguns muito baratos, outros muito poderosos. Isto e o imenso número de aplicativos disponíveis para o SO (cerca de 700 mil, segundo o Google, que o desenvolveu) fizeram com que eles disputassem o mercado de igual para igual com o iPad e, hoje, graças a grande variedade de marcas, preços, capacidade de processamento e aplicativos, ganharam a liderança. Segundo tópico da Wikipedia, em inglês, hoje os tablets Android já abocanham 75% do mercado.
 
A pergunta que se impõe é: terá o Windows 8 condições de entrar nesta disputa? E o mercado poderá suportar três diferentes sistemas operacionais ganhando porções significativas dele? Alguns especialistas dizem que sim e apontam as razões.
Para começar, diferentemente dos concorrentes, mais voltados para o entretenimento, o Windows 8 é dirigido para a produtividade, mesmo nos tablets. Além disso, ele “conversa” de forma fluida e natural com as versões instaladas em outras máquinas, sejam poderosos micros de mesa, sejam pequenos telefones espertos.
 
Quem tem Windows 8 instalado em diversas máquinas sob a mesma “conta” de usuário, com todas conectadas à Internet, tem os mesmos dados em todas elas e pode passar de uma para outra transparentemente. Isto leva os especialistas a acreditarem que os tablets com o sistema operacional terão seu lugar no mercado corporativo, um mercado nada desprezível.
 
É fato que o grande número de aplicativos disponíveis para Android e iOS, que atinge as centenas de milhares, faz com que o (por enquanto) pequeno número de aplicativos disponíveis para tablets com Windows 8 - estimado em cinco mil - chegue a parecer ridículo. Isso, se não fosse por um detalhe: O sistema é o único capaz de oferecer o pacote Office completo (já na versão 2013, desenvolvida especificamente para a interface do Windows 8) para tablets, um argumento tão poderoso quando se trata do mercado corporativo que praticamente anula a vantagem numérica dos concorrentes.
 
Tudo isto permite fazer uma previsão interessante. De acordo com ela, o iOS permaneceria com seu mercado cativo formado principalmente por devotos da maçã, não muito grande mas, indiscutivelmente, o mais lucrativo. O Android, por sua vez, abocanharia a porção formada pelos numerosos tablets menos poderosos (e menos caros), como mostra o sucesso alcançado pelo Google Nexus 7, vendido a US$ 200 (pouco mais de R$ 400) no mercado americano, quando se tem a sorte de encontrar um exemplar à venda (na maioria das lojas em que os procurei estavam esgotados). E, finalmente, os tablets com Windows 8, particularmente aqueles mais poderosos e do tipo conversível, que trazem um teclado acoplado e que podem ser usados tanto no estilo dos tablets quanto no dos micros portáteis convencionais (e um teclado “de verdade” é efetivamente importante para quem pretende usar o Office). Estes iriam disputar justamente o mercado que hoje pertence ao iOS. E como há muita gente que detesta o sabor das maçãs, a chance de ser razoavelmente bem sucedido na disputa é grande.
 
Isso ocorre especialmente se notarmos que, no que toca especificamente o Windows 8 para tablets, há duas versões praticamente idênticas mas com diferentes funcionalidades: o Windows 8 Pro e o Windows 8 RT. O primeiro foi desenvolvido para máquinas equipadas com processadores da linha Intel – recentemente vi um tablet com Intel i7, disco de estado sólido e teclado deslizante, que provocou aceleração nas batidas de meu coração e sudorese nas mãos, sintomas que apenas cessaram quando descobri de quanto o bichinho aliviaria o peso de minha carteira: algo na casa dos US$ 1.600 (pouco mais de R$ 3.200).
 
Já o segundo foi desenvolvido para processadores ARM, menos poderosos e muito mais baratos. Assim, ao usuário serão oferecidas as alternativas de rodar Windows 8/Office em um tablet com processador Intel, poderosíssimo, porém mais caro, ou em um tablet com processador ARM, menos poderoso porém bastante mais barato. Uma diversidade que pode ajudar bastante a disseminação do Windows 8 em máquinas deste tipo.
Mas que máquinas serão estas? Bem, pelo menos no que toca à indústria de Taiwan, três delas se destacam.

Iconia W700 mais uma opção dos lançamentos da Acer na Computex 2012 (Foto: Nick Ellis/TechTudo)Iconia, o híbrido da Acer (Foto: TechTudo/Nick Ellis)

A Acer divulgou o lançamento de seu ICONIA – já no mercado desde o início do ano, porém com sistema operacional Android – equipado com Windows 8 RT e processador ARM. O tablet tem uma tela sensível ao toque de 10,1” e pode ser encaixado em um suporte (“dock”), composto por um teclado e uma bateria extra, que prolonga a duração da carga para cerca de 18 horas.
O tablet pode ser usado isoladamente ou conectado ao teclado, seja em posição convencional, seja abrindo-o em um ângulo de 275º, que faz com que ele funcione como um suporte para apoiar o conjunto sobre uma mesa ou qualquer superfície horizontal – uma ideia excelente para quem deseja apreciar vídeos na tela de alta resolução do ICONIA.

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Asus Vivo Tab vão se chamar "ASUS Tab" no Brasil (Foto: Divulgação)

A ASUS vai lançar seu tablet (nada a ver com a prestadora de serviços telefônicos de mesmo nome), uma maquineta com tela sensível ao toque de 10,1” muito semelhante ao Samsung Galaxy Tab 10,1, porém rodando Windows 8. Ele foi concebido para ser transportado pelo usuário para onde quer que vá, por isto é leve, fino e elegante. Mas também pode ser acoplado a um teclado avulso.
O Vivo Tab virá em três modelos, Asus Tab, Asus Tab RT e Asus Tab Smart, equipados com diferentes processadores. O Asus Tab RT vem com um processador ARM da NVIDIA, o Tegra 3 Quad Core, enquanto os outros dois modelos (que diferem em capacidade de memória instalada e demais funcionalidades) vêm com um Intel Atom Z2760 Dual Core.

GPC20130321_3Um dos modelos da 'Series S', da Gigabyte
(Foto: Reprodução)
Finalmente a Gigabyte apresenta a “Series S”, constituída por quatro modelos de poderosos tablets, todos com tela sensível ao toque de 10,1”, equipados com processadores Intel de terceira geração, disco rígido de 500 GB, rodando Windows 8 Pro e também podendo ser encaixado em um suporte (“dock”), com teclado e bateria extra para estender a duração da carga.
Os modelos são dotados de características que costumam ser vistas apenas nos modelos de micros portáteis poderosos, como conectores para vídeo externo VGA e HDMI. São praticamente poderosos notebooks com o fator de forma de tablet. Máquinas desenvolvidas tendo em vista principalmente o uso corporativo.
 
Estes são os modelos conhecidos de tablets rodando Windows 8, produzidos em Taiwan. Durante a COMPUTEX, espera-se que apareçam muitos outros. Então, as cartas estarão lançadas e o jogo estará feito. Vamos ver como os três contendores se comportam.
 

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